AMB Lab realiza, neste mês, o I Ciclo de Ideação e Prototipação

AMB Lab realiza, neste mês, o I Ciclo de Ideação e Prototipação

Neste mês, o Laboratório de Inovação e Inteligência da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB Lab) iniciou as atividades do I Ciclo de Ideação e Prototipação voltado à construção conjunta de soluções para a melhoria de vida do cidadão e ao aprimoramento do serviço judiciário. A primeira das quatro etapas tratou da “Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher”.

“Em parceria com o FONAVID a iniciativa reuniu a Magistratura em ambiente colaborativo e de cocriacao visando a construção de caminhos para “Articulação da rede de enfrentamento à violência doméstica”, explicou o diretor da AMB Lab Ângelo Vettorazzi.

Os encontros focaram em atividades de imersão e ideação no intuito de identificar a persona e jornada do usuário, elaborar o mapa da empatia, redefinir o problema originário, além de apresentar ideias e selecionar as melhores para então prototipá-las.

O evento contou com duas laboratoristas: Marcia Ditzel Goulart, analista judiciária, gestora de inovação institucional da Justiça Federal do Paraná e Elaine Cestari, coordenadora do Laboratório de Gestão e Inovação da Justiça Federal de São Paulo (iJuspLab).

Na oficina, Elaine Cestari utilizou a abordagem do Human-Centered Design ou Design Centrado no ser humano, em que procurou entender o problema a partir do ponto de vista do usuário do serviço, necessidades e dificuldades, para só depois pensar em construir soluções que agreguem valor de fato.

“Meu papel é de facilitadora provendo um fio condutor para organizar os saberes, vivências e pontos de vista dos participantes do grupo de trabalho, conduzindo-os através de técnicas específicas para cada etapa – observação e entendimento, definição, geração e seleção de ideias e esboço da solução. É o grupo que trabalha e produz a solução”, explicou.

De acordo com Márcia Ditzel Goulart, é gratificante poder estimular nos magistrados o pensamento estratégico com foco nas pessoas, com soluções criativas para construir novos caminhos. Ela destacou ainda, que a nova forma de pensar, ao contrário dos projetos comuns do serviço público, tira do foco as limitações de orçamento e sistemas e mira essencialmente em quem precisa utilizar os serviços.

“Para este trabalho, colhemos dados da jornada das vítimas, desde as ameaças psicológicas até a execução da pena. E a ciência do design thinking comprova, mais uma vez, que o cidadão não é o problema: ele é nosso guia para novos caminhos. A beleza desta iniciativa é a formação de equipes despidas de seus títulos de magistrados e mergulhadas na preocupação empática: observar, aprender, aplicar. Estamos vendo pessoas experientes, com diferentes histórias de vida, cocriando soluções significativas para outras pessoas mais vulneráveis. Pessoas para pessoas: o recurso humano é a solução mais valiosa”, destacou a laboratorista.

A juíza de Direito de Campo Grande (MS), Liliana Monteiro, atuou na Vara de Violência Doméstica até julho deste ano, daí a vasta experiência e interesse pela temática. A magistrada classificou a primeira sessão do laboratório como produtiva, enriquecedora e colaborativa.

“Promoveu uma integração entre magistrados de várias regiões do país, com diferentes realidades, culminado com a realização de dois excelentes projetos na área da violência doméstica. Dois grupos (“pepinos” e “abacaxis”) partindo de um mesmo problema (articulação da rede de enfrentamento à violência doméstica), as com a técnica do design thinking, desenvolveram seus projetos, os quais serão viabilizados pela AMB para implementação”, explicou.

O diretor da AMB Lab comemorou os primeiros resultados da iniciativa que apenas começou.

“Foram apresentados dois protótipos. Um é “CAPACITA VD”, que abrange o Portal de Capacitação em Ead, prospecção de conteúdo e formação de parcerias para capacitação da rede de enfrentamento à violência doméstica.

O outro é o “Espaço de Acolhimento à Mulher” seguro e discreto nas delegacias e postos policiais, com sala infantil, onde a vítima fique isolada do agressor, receba atendimento humanizado e seja direcionada, melhorando a interlocução do Poder Judiciário, e das Polícias Militar e Civil. É um excelente início de trabalho colaborativo que está reunindo a magistratura em torno da construção da rede de enfrentamento da violência doméstica”, concluiu o diretor Ângelo Vettorazzi.

*Programação I Ciclo de Ideação e Prototipação*

A segunda temática a ser abordada é “Juizados Especiais Cíveis” nos dias 17 e 24 de setembro.

Em outubro, será a vez de tratar da “Mediação e Conciliação” (22 e 29 de outubro) e, em novembro, “Justiça Criminal” (19 e 26 de novembro). As datas das inscrições das duas últimas etapas serão divulgadas ao longo do ciclo.

Ao final, os trabalhos a respeito dos quatro temas serão encaminhados ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a título de contribuição da magistratura nacional para o aperfeiçoamento da prestação jurisdicional.

“A solução não é do Laboratório de Inovação da AMB. Toda e qualquer solução que sair daqui pertence a todos nós. É uma solução múltipla, colaborativa e procriativa. Importante estarmos juntos em torno deste tema tão importante e delicado, que exige envolvimento de todos”, enfatizou o diretor Ângelo Vettorazzi.

Mais informações sobre o evento envie um e-mail para [email protected]